Nuances do Mar (Margarida Fonseca)

O céu começa nas pedras.

(Fábio de Melo)

Margarida Fonseca 

Caminhava pela orla, de repente ruído estrondoso das águas caudalosas surrando nas pedras me deu sensação de estar eu outra vez apanhando também. 

Nada dadivoso estava o mar desta vez, parecia perder a magia de todo dia.

Estava naquele dia de pavio curto, fiquei amedrontada.

Volumoso, estalo feito era tenebroso.  Senti pena da dor das pedras.

Que força tem maré alta!

Cheguei a pedir clemência!

Fotografei, lhe dei atenção,  não se acalmou... 

O barulho ensurdecedor continuou.

Ah! Ondas traiçoeiras do afável mar,

Não nos desesperem, tenham calma,

Deixem-nos regozijo e paz na alma.

Expelir o Ralé (Mari)

                                                    

Caminhar ao mar na tensão

Dá uma árdua sensação...

Ele é arisco e perigoso,

Não é nada desatencioso.

Pensei ele estar chateado,

Resolveu bem faxinar tudo.

Soltou o mar seu cadeado,

Lavou pedras como escudo.

Encharcou tudo ao redor,

Alagou areia, senti dor.

Apreensiva e escabreada,

Entendi a grande jogada. 

Até o mar precisa faxinar,

Largar todo entulho fora,

Tem vez ele quer limpar,

Exige ser naquela hora.

 

1 Imagem, 140 Caracteres #524

Participando da iniciativa da amiga Mari

O mar oferece coisas belas,

corais, jubartes, barcos, algas,

cores no fundo multicolores, cardumes,

joga fora toda sujeira, expele coisas ralés.

Pernoite Feliz (Chica)

 

(Aqui em frente, está o mar da Paia da Areia Preta onde moro)

É tão suave 

A noite adormecer_

Felizes sonhos

♥ Botando a cabeça pra funcionar 35♥

A imagem de hoje é essa:

Chica

A noite chega sempre tão de mansinho,

traz o aconchego de pássaro no ninho.

À frente deles, estão janelas abertas,

à espera de novas felizes descobertas.

Lá fora, marolas estão beijando o mar,

ondas vão, vêm, como num lindo bailar.

Pessoas espiam contemplativas, marotas,

transbordam a esperança de boas-novas.

Com coração cheio, de longe se abraçam.

Pernoitar feliz! Aos seus sonhos enlaçam.

Na sacada, casais beijam-se, lá é frio,

cá dentro, aquecem seus corpos com brio.

Mar, Amor e Sol (Mari)

 

Na terra em que o mar não bate, não bate o meu coração.

(Caetano Veloso)

Vi na  amiga Adriana

"Num  lugar que só nós conhecemos"...

O  mar é meu lugar, o sol está sempre a me alegrar... é na terra do sol que fui tão feliz.

Mar azul, Amar,

Mar, Amar, remar,

Namorar, ternurear,

Céu anil, enamorar

... apaixonar...

O mar realmente é a ternura 

da nossa fantasia.

O mar, para mim, me inebria 

de maneira inexplicável,

 

é de embriagar a alma 

de tanta beleza.

Um refrigério...

Imagem obtida no site Centro do Professorado Paulista

Participando da iniciativa da amiga Mari.

Sol, relaxante refúgio,

aconchego na alma,

ele só me acalma,

como subterfúgio.

Ele dá as caras,

fico radiante,

sorrimos às claras,

sensação extasiante.

No Remanso do Mar

Ondas incríveis,

Paisagens lindas,
Azul do mar com borbulhas,
Arrebentando na areia,
Contemplar o belo...
Fazer das pequenas coisas
Um espetáculo aos meus olhos...

Vi na Adriana 

Num surpreendente itinerário,

Saímos pelo litoral do rio,

A explorar o visual belo...

A relaxar e tecer bom elo.

Pusemo-nos a andarilhar

Por toda costa a contemplar,

Vimos área não explorada,

Muito azul pela caminhada.

Ondas leves com marolas,

Outras, bem mais agitadas...

Uma garça desfila formosa,

As ondas miram; ela, dengosa.

No mar, vejo vários encantos,

Fascinam-me seus recantos...

Uma magia me solta prantos,

Suspiro e fecho meus olhos...

À Espera da Poesia (Margarida Fonseca)

Poema Azul

O mar beijando a areia
O céu e a lua cheia
Que cai no mar
Que abraça a areia
Que mostra o céu
E a lua cheia
Que prateia os cabelos do meu bem
Que olha o mar beijando a areia
E uma estrelinha solta no céu
Que cai no mar
Que abraça a areia
Que mostra o céu e a lua cheia
um beijo meu

Sophia de Mello

Uma iniciativa de Margarida Fonseca 

Minha participação:

Havia um barco no mar esperando ser poema nas mãos da mulher contemplativa. 

Da janela, estreitava,  pelo quadrado, o lume que refletia na pedra. 

O fuso horário do lugar a despertara cedo, o dia era comprido, mesmo tendo cumprido seus afazeres. 

A terra lhe serviria de almofada, caminharia descalça sobre a areia ainda molhada pelas marolas da madrugada antes de pegar a vassoura para limpar a pastilha da parede solitária.

Valia a pena morar ali tão tranquilamente.