Tudo pronto para a comemoração do Novo Ano.
Eis que o velho iria descansar!
Já estava cansado de tantas guerras e correrias sem sentido algum. Sua bengala estava pesada.
Roupa branca em forma de túnica com uma grega na barra bem singela e bonita.
Um calor fazia no réveillon, salada de frutas à mesa, gelatinas coloridas, um tender com maionese bem frequenta iria aguçar o paladar de sua família.
Era uma nova possibilidade no ar, teria menos guerras de todo tipo? As pessoas seriam mais sinceras? Amar-se-iam mais?
Tantas expectativas e o prato vazio da intolerância em vários níveis rondava também os momentos inaugurais do bebê 24.
Ela não perdia a esperança jamais, mesmo tendo tido tanta desilusão no ancião 23, era incansável na esperança de dias melhores e de pessoas mais gente.
O mundo estava em polvorosa, os seres humanos ardiam de euforia pela novidade à beira-mar. Espumantes faziam a festa, taças brindavam sem parar, num tilintar constante como que se as bocas ávidas de álcool estivessem sedentas de amor.
Ela percebia tudo, casada e emocionada com tanta zoeira e confusão ao seu redor.
Do alto, da sua varanda, assistia a tudo enquanto lágrimas rolavam em sua face.
Algumas pessoas não estavam mais...
Tinham sido tão importantes em sua vida, faziam a diferença para ela e não mais a acompanham...
Era um descortinar do novo e o cérebro não atendia seu coração...
Haveria chance de risos voltarem ao seu rosto?
Só Deus saberia, não mais.
Agradecia a Deus por conservar sua saúde, sua estranha mania de confiar ainda nas pessoas e de ser tão forte para receber as decepções com tanta força interior.
Só poderia ser coisa dos novos ares da nova criança indefesa que precisava dela para passar folha por folha, dia por dia, mês por mês, com ânimo e generosidade.
Decidiu: seria mais um belo calendário a perpassar.
A água salobra a ajudaria a lavar sua alma sempre que precisasse de força espiritual e física.
Que lindo,Roselia! Folha a folha vamos escrever belos momentos e palavras no novo ano e esperar que as intolerâncias ,guerras e confusões cessem. Sabemos isso , cada vez mais difícil ser, mas esperançar vale sempre e pelo menos no nosso universo tentemos sempre o melhor fazer!
ResponderExcluirAdorei! beijos, tudo de bom,chica
Maravilhoso conto!
ResponderExcluirBeijinhos
Ainda bem que a esperançanão teve fim! Há sempre um esperançar que fica e um a porvir. Quem em Deus confia, sabe que:"seria mais um belo calendário a perpassar." Beijinhos, amiga!
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