A palavra
O encontro
“Onde, meu Deus?!”, perguntava a mim mesma. “Onde vi esta mesma paisagem numa tarde assim igual? Era a primeira vez que eu pisava naquele lugar. Já vi tudo isso, já vi… Mas onde? E quando?
(Lygia Teles)
Participo da iniciativa da amiga Norma.
Um Escritor me Inspira
Todos os dias sai a caminhar. Primeiro vai sem nada, apreciar e exercitar tão somente.
O percurso é sempre o mesmo, após o café matinal, a maratona de sempre, porém o inusitado acontece. Não enjoa, uma novidade pode não ter, entretanto, o cenário já percorrido durante sete anos ininterruptos se faz novo.
Seja pelo tom do mar e do céu, seja uma ave que pousa lhe trazendo recordações, seja pelo seu próprio ânimo que pode alterar para melhor a cada dia, fazendo com que ela veja mais ainda bela a onda que bate na pedra na Praia da Arrebentação e a espia da Praia dos Namorados.
Seu amado mar a retém, com ele, marca um encontro diário inigualável. Sem ele, o dia não é o mesmo.
Andarilhar pelo calçadão cotidianamente é pura amorização do seu eu real.
A maresia a inspira, lhe enche de vigor.
Mais tarde, quando o sol se afirma, volta a se abastecer de vitamina D, vai à praia com sua cadeira, sua garrafa de água saborizada de limão e maçã.
Hoje, por exemplo, decorridos exatos três meses de frequência assídua, num verão e outono que ainda não se firmou por aqui, foi uma delícia, a maré a banhou sem ela sair do lugar, uma maravilha, não era ela que ia ao encontro do mar, ele vinha ao seu encontro a lhe saudar e banhar, sentada da sua cadeira. Uma verdadeira delícia ser desejada por ele.
A impressão que lhe dá é que ele sempre a amou e ela nunca daqui saiu...